Eficiência versus trabalho

Nos bate papos por ai, quando se pergunta a um amigo, Olá, como está vida? Uma das respostas mais ouvidas é... Bem, mais trabalhando muito.

A questão é, trabalho, manter-se ocupado, correndo o dia todo é sinônimo de eficiência?

Imagine só, eu com um pequeno martelo tentando destruir uma pirâmide ou um iceberg ou então ensacando a areia do deserto do Saara, quando chegar o final do dia estarei exausto mas terei feito muito pouco do meu objetivo.

Sem duvida trabalhei muito, mas fui eficiente? Eficiência demanda planejamento e alocação de recursos disponíveis da maneira mais eficaz possível.

O estado brasileiro é um estado de fato trabalhador, Projetos, Pacs, Políticas públicas e leis de todo tipo e gosto, mas é eficiente? Não, pelo menos não da maneira que deveria ser.

Um policial civil catarinense, ganha em torno de R$ 1.492,15 ( não lembro se o valor é exato mas com certeza não passa de R$ 1.500,00)

D. Vera, senhora conhecida que faz faxinas, cobra R$ 70,00 por faxina  e faz a média de 20 a 25 por mês, além disso trabalha de auxiliar de cozinha num restaurante nos finais de semana e tira mais uns R$ 500,00 com essa função, somando tudo ela ganha mais de R$ 2.000,00 por mês, isso que não contei que ela faz salgadinhos para festa.

Na verdade , o Governo (independente de qual sigla) finge que têm políticas eficientes em todas as áreas e nós cidadãos fingimos que acreditamos.

A possibilidade de se ter uma política  eficiente de segurança pública , passa inevitavelmente pela remuneração, os motivos são tantos, tão fortes e conhecidos, que mencioná-los só faria o Governo parecer mais ineficiente do que já é.

Viaturas, armas, sistemas e equipamentos em geral, são necessários, mas são menos necessários do que a satisfação do ser humano que é dono das mãos e do cérebro que guiam todos eles.

A humanidade passa por uma  fase em que a realização pessoal é o objetivo da grande parte  da população, se na profissão dos sonhos de criança, que é a de policial, assim como o Bombeiro, Professor e tantas outras, não se encontra a possibilidade disto, o trabalho torna-se  mecanizado e ineficiente, não por culpa do profissional, mas sim pela sua própria ânsia humana de fazer mais e ser mais, acabar sendo soterrada pelo sistema.

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